* Os principais índices europeus fecharam a cair entre 0,39 pct e 1,28 pct, com os investidores preocupados com o impasse nas negociações para o perdão relação ao perdão parcial da dívida que o governo de Atenas está a ultimar com os credores privados.

O ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, avisou os investidores de que o seu país está disposto a activar cláusulas de acção colectiva (CACs), aumentando as perdas dos credores privados da Grécia, se estes não aceitarem a sua oferta "final" para troca das actuais obrigações por novos títulos com um 'haircut' nominal de 53,5 pct.

"Quem quer que pense que pode manter as obrigações e ser pago por inteiro está enganado", disse Venizelos, em entrevista à Reuters.

"Estamos pronto para activar os CACs, se necessário", acrescentou.

* Os mercados foram também pressionados pela notícia de que o governo de Pequim reviu em baixa o crescimento económico da China em 2012.

Intervindo durante a sessão parlamentar anual, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, anunciou uma descida da taxa de crescimento do país para 7,5 pct em 2012, de 8 pct antes, dando espaço à economia para desacelerar, enquanto o Governo implementa as esperadas reformas económicas.

"Os mercados estão em queda devido aos números do crescimento da China. Os países emergentes têm sido os responsáveis pelo crescimento da economia mundial e o maior deles anunciou que já não vai crescer tanto como o esperado", disse Emanuel Vieira, da Golden Broker.

Acrescentou: "as bolsas têm tido um ano bom e os investidores aproveitam a notícia da China para tomar mais-valias".

As empresas mineiras e metalúrgicas destacaram-se pela negativa, com o índice DJ Stoxx para o sector a afundar 3,53 pct.

"Um menor crescimento da economia chinesa significa um impacto negativo no mundo e no mercado das commodities. No curto-prazo, isto é provavelmente negativo para os activos de maior risco", referiu Philippe Gijsels , responsável pelo research do BNP Paribas Fortis Global Markets, em Bruxelas.

* A moeda única europeia segue a valorizar face à sua congénere norte-americana, com uma subida de 0,28 pct para 1,3228 dólares.

* O índice de referência português PSI20 desceu 0,43 pct para 5.640,50 pontos, com 16 cotadas em queda e quatro em alta.

Transaccionaram-se 77 milhões de títulos no valor de 73 milhões de euros (ME) na NYSE Euronext Lisbon.

* A pressionar o índice de referência nacional, a Galp Energia recuou 2,2 pct para 13,1 euros por acção, a acompanhar a tendência negativa do índice para o sector na Europa, que caiu 0,32 pct devido ao arrefecimento da economia chinesa e à imediata descida dos preços do crude.

A notícia de que a italiana ENI está a negociar a venda de parte da sua posição na petrolífera portuguesa à angolana Sonangol não bastou para contrariar esta tendência de correcção.

* A EDP-Energias de Portugal contribuiu também para a queda do PSI20, com uma descida de 0,96 pct para 2,277 euros por acção, tal como a sua participada EDP Renováveis, que recuou 1,82 pct para 3,927 euros.

* A banca destacou-se igualmente pela negativa, em linha com o sector na Europa -- com o índice a cair 1,52 pct.

O Banco Espírito (BES) recuou 2,88 pct para 1,583, o Millennium bcp perdeu 0,59 pct para 0,168 euros e o BPI deslizou 1,44 pct para 0,549 euros.

* A travar uma maior descida do PSI20, os pesos pesados Portugal Telecom e Jerónimo Martins valorizaram, respectivamente, 1,18 pct e 2,63 pct, para 3,941 euros e 14,06 euros, a recuperarem de quedas recentes, segundo traders.

* No mercado secundário de dívida soberana, a taxa de juro das Obrigações do Tesouro (OT) italianas a 10 anos segue a subir para 4,94 pct, de 4,92, enquanto as espanholas avançam para 4,98 pct, dos 4,91 pct da última sessão.

* Por seu turno, a 'yield' das OT portuguesas a 10 anos alivia para 13,83 pct, de 13,94 pct.

* Em Wall Street, o Dow Jones e o Nasdaq recuam, respectivamente, 0,44 pct e 0,94 pct, com os investidores receosos em relação ao crescimento económico da China.

A pressionar os índices norte-americanos, as acções da Apple chegaram a cair 3,5 pct para um mínimo da sessão de 526 dólares.

* Nos mercados internacionais de futuros, o barril de Brent LCOc1> para entrega em Abril ganha 0,36 pct para 124,1 dólares, enquanto o barril de crude, , em Nova Iorque, valoriza 0,16 pct para 106,86 dólares.

(Por Filipe Alves; Editado por Sérgio Gonçalves)

• A Permanent Economic Emergency